01/03/2011

GRANDES ESCÂNDALOS DA HISTÓRIA - O CASO PINHEIRO LANDIM

Em dezembro de 2002, a imprensa divulgou transcrições de telefonemas comprometedores do deputado federal Pinheiro Landim (PMDB/CE) com o narcotráfico. O material foi recolhido em três anos de monitoramento feito pela Polícia Federal quando investigava o crime organizado no país na chamada Operação Diamante. No material revelado, havia 13 telefonemas do parlamentar para cinco traficantes, entre eles Leonardo Mendonça, considerado na época a versão brasileira do colombiano Pablo Escobar. Além das ligações telefônicas, a investigação da PF mostrou que Landim se encontrou ao menos duas vezes com Leonardo Mendonça em Brasília.
Os telefonemas deixavam explícita a forma como o deputado e assessores negociavam ações judiciais para libertarem traficantes da prisão. Pinheiro Landim estabelecia prazos, encontrava-se com os bandidos, conseguia com magistrados corruptos decisões favoráveis aos seus "clientes" e recebia, em troca, muito dinheiro dos narcotraficantes. Um dos telefonemas interceptados revela que o parlamentar teria recebido 650 mil dólares para conseguir a liberdade de Leonardo Mendonça. Porém, Landim tinha também empresas como beneficiadas por seus favores. Uma delas pagou R$ 4 milhões para conseguir uma decisão favorável numa ação indenizatória.
Na investigação da PF e nas revelações da imprensa, o esquema tinha a participação do ministro Vicente Leal, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apenas um degrau abaixo do STF, e dos desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) Eustáquio Silveira e Tourinho Neto, além da juíza Vera Carla, mulher de Eustáquio. Até Fernandinho Beira-Mar chegou a negociar sua liberdade com essa nobre turma. Uma curiosidade: Igor, filho do casal Vera e Eustáquio Silveira, era um dos assessores do deputado. A investigação mostrou que os pagamentos ao deputado Pinheiro Landim eram distribuídos por várias contas bancárias, de funcionários de seu gabinete, de seu motorista e de alguns parentes. Parte do dinheiro que irrigou as contas de Landim e assessores veio do Suriname, país-sede de um braço poderoso do tráfico internacional.

No início de 2003, Landim (foto ao lado) entrou para a história da política brasileira por renunciar duas vezes ao mesmo cargo em menos de 40 dias. No dia 15 de janeiro, o parlamentar entregou sua carta de renúncia abrindo mão do mandato de deputado conquistado em 1998 e que terminaria duas semanas mais tarde. Depois, renunciou ao mandato que acabara de conseguir nas urnas do ano anterior. A dupla renúncia foi uma escandalosa manobra para fugir da cassação. Atualmente, o parlamentar continua na política cearense, mesmo sem ocupar um cargo de grande destaque, mas dois integrantes de sua família são hoje deputados estaduais no estado. O ministro Vicente Leal teve seu processo administrativo no STJ arquivado em 2004, tempo depois de solicitar e conseguir a sua aposentadoria. O desembargador Eustáquio Silveira foi aposentado compulsoriamente. Porém, nenhuma punição foi imposta ao grupo.
Fonte de pesquisa http://blogroendoasunhas.blogspot.com/2009/06/caso-pinheiro-landim-pmdbce.html

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