22/01/2016

DONO DO IMPÉRIO VOTORANTIM INICIOU SUAS ATIVIDADES EM SÃO MANUEL


            O império conhecido como Grupo Votorantim que foi gerenciado pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes tem uma historia interessante, muitos desconhecem o começo das coisas, mas na verdade entender o sucesso de algo se presta em entender a gênese da trajetória deste negocio.
            Antonio Pereira Ignácio nasceu em 29 de março de 1874 no município Baltar em Portugal, com 10 anos de idade veio para o Brasil junto com seu pai João Pereira Ignácio onde fixa residência em Sorocaba-SP, ambos vieram morar na casa de José, Irmão de seu pai João. Na casa do tio ele se desenvolveu, foi este aconchego familiar e o amor pela sua tia Lucrecia que Antonio tinha como segunda mãe que traduziram em uma historia rica de sucesso. 
Estudou na escola João Ribeiro. Estabelecidos no Brasil pai e filho tentam através do trabalho juntar dinheiro, no entanto o pai de Antonio recebeu um comunicado urgente que vinha das terras do Porto pedindo seu retorno urgente a Portugal vez que sua esposa estava muito doente o que fez prontamente, no entanto infelizmente sua esposa faleceu. Retornando ao Brasil, João e seu filho Antonio recomeçaram do nada novamente pois, quase tudo que tinham fora gasto com a enfermidade da esposa e mãe.
Antonio mesmo criança começou a trabalhar em Sorocaba como aprendiz de sapateiro onde remendava sapatos, colava saltos, cortava couro, tendo como mestre sapateiro o senhor Chico das Violas, seu pai João que era sapateiro de oficio também trabalhou no local, Antonio também trabalhava como divulgador de circos que chegavam a cidade distribuindo panfletos ganhando alem de dinheiro ingressos para assistir os espetáculos. 
O Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba aduz: “Em 1888 com 14 anos de idade o pequeno Antonio foi para São Paulo trabalhar na importadora Ferreira & Júnior. No ano seguinte viajou ao Rio de Janeiro a procura de um patrício rico, Comendador João Reynalkdo de Faria.”. O site do Conselho da Comunidade Luso-Brasileiro do Estado de São Paulo também descreve: “Em 1889 vai para o Rio de Janeiro, onde procura apoio com um grande português, João Reynaldo Faria. Depois de permanecer três anos no Rio de Janeiro, regressa ao Estado de São Paulo com uma maior experiência e com um capital de 300 contos que foi a base de sua fortuna. Junto com seu pai vão para São Manuel do Paraíso onde abrem seu 1º negocio.”, ainda com um empréstimo de um conto de réis de outro português, Leônidas Lopes Oliveira abre no município de São Manuel um armazém de secos e molhados.
Assim Antonio Pereira Ignacio chegou São Manuel em 1892 e montou uma sapataria, este foi seu primeiro negocio, trabalhava arduamente, no período noturno, dirigia-se a escola do professor Carlos Bom. Rapaz diferenciado sabia que o investimento na sua educação e conhecimento traria bons frutos. O trabalho do Grupo Votorantim que conta a trajetória de Antonio relata este fato: “Enquanto João tocava a sapataria, o filho de dezoito anos seguia a exaustiva rotina ditada por sua vocação: durante anos seguia a exaustiva rotina ditada por sua vocação: durante o dia cuidava de seu pequeno armazém e, à noite, prosseguia com os estudos, agora frequentando as aulas particulares do professor Carlos Bohn. Nessa época, Antonio completou o currículo ginasial.”
Com a gana de empreendedor, Antonio vende seu armazém e se muda para Botucatu montando no município um grande armazém de secos e molhados e, em 1895 com o nome de Casa Rodrigues & Pereira. O negócio prosperou e muito, também em Botucatu conheceu Lucinda Rodrigues Viana que era uma menina órfã de 15 anos que cuidava de seus quatro irmãos e em 15 de junho de 1899 casaram-se.  Logo após o evento Antonio vendeu seu armazém e se instalou em Itapetininga abrindo uma serraria, neste município nasceram seus dois filhos João Pereira Ignácio (1900) e Paulo Pereira Ignácio (1902). Logo se mudou para a cidade de Boituva montando uma industria de descaroçamento de algodão. Com o ímpeto expansionista em 1903 e 1904 montou mais duas unidades de descaroçamento de algodão em Tatuí e Conchas.
Em 11 de dezembro de 1904 nasceu sua filha Helena Pereira Ignácio. Em 1905 já um homem rico viaja para Unidos, trabalha como operário na Wilson North Carolina com o fundamento de conhecer as novas técnicas sobre o manuseio do tecido e também para comprar maquinário para o desenvolvimento de seu negocio.
Em 1907 retorna ao Brasil “entrando definitivamente para a indústria de algodão e seus derivados  e em poucos anos já tinha três tecelagens. Além da indústria têxtil. Pereira Ignácio possuía a Cia Telefônica Paulista, Usina de Força do Pilar, Água Mineral e a Cia de Cimento Rodovalho.”. Foi reconhecido como O REI DO ALGODÃO
Em 1914 tornou-se arrendatário da Fábrica Votorantim, “(...) o empresário foi chamado para resolver um problema delicado. Como fornecedora de algodão, a Pereira Ignacio & Cia. Tinha, entre seus principais clientes, a fabrica Votorantim. Controlada pelo Banco União de São Paulo (...)”.
Antonio recebe a informação que na data de 31 de maço 1917 seu pai faleceu em Portugal.
Em 1918 Pereira Ignácio arremata em leilão a massa falida do Banco União que era a proprietária da fabrica de tecidos Votorantim.
As ocorrências do destino vão se acentuando na vida de Antonio, sua esposa tinha um problema de asma, devido a isto em 1924 ele e sua família viajam á Europa para efetivar o tratamento. Foi assim que sua filha Helena conheceu José Ermírio de Moraes com quem se casou em 1925. Seu genro desde então passa a ser o principal executor no expansionismo da Votorantim.
 Faleceu em 14 de fevereiro de 1951 e foi um grande filantropo, ajudou diversas comunidades e pessoas, fundou creches e deixou seu legado.
Fica aqui uma singela homenagem ao homem que por estes rincões de São Manuel iniciou uma trajetória magnífica, montando aqui seu primeiro negocio. Começou pobre e terminou milionário na alma.                




fontes de pesquisa:

http://www.cclb.org.br/noticias/fev08/fev02_01.htm