10/10/2012

EDITORIALBLOG - O DESCASO COM A EDUCAÇÃO NO BRASIL


Uma das maiores satisfações para um indivíduo hoje no mundo moderno é sua profissionalização.
                        A valer do empenho de horas a fio pendurado nos alfarrábios, e na modernidade que avança com uma velocidade esplendorosa. Na verdade nós vivemos todos com a necessidade de reciclagem e investimento na própria pessoa.
                        Todo indivíduo para não ser frustrado precisa ter sua direção profissional, na realidade, existem profissões que admiramos e aquela que queremos seguir, ocorre que em alguns porões das escolas públicas, o jovem não tem seu direcionamento, não é preparado para isso, exemplo disso, foi algumas palestras que dei sobre direcionamento profissional na rede publica, donde perguntei a eles:

                        Vocês sabem como se faz para entrar em uma faculdade? A classe inteira ficou espantada olhando para mim, como se eu estivesse falando outra língua. Isso aconteceu em todas as classes em que fui.

                        Vocês sabem pelo menos o que é uma faculdade? Novamente a classe somente olhava.

                        O que mais me deixou desesperado em saber que falta objetividade aos alunos, foi quando fiz uma comparação, peguei o nome de uma faculdade particular e falei que os alunos desta pagam cerca de dois mil reais para estudar no curso de medicina, e perguntei a eles, um aluno da Universidade Paulista (UNESP) ou, da Universidade de São Paulo (USP.) paga quanto para estudar? Alguns não se pronunciaram, os que se pronunciaram declinaram valores entre setecentos a três mil reais, ocorre que tais universidades são pública, e sendo assim o curso seria gratuito, todos os alunos não sabiam, pensando que estas também  seriam pagas.

                        Por fim, perguntei se eles sabiam que poderiam ser um advogado, um médico, um professor, um enfermeiro, etc., enfim um profissional, muitos deram risadas, subestimando a própria pessoa, alguns responderam que não passariam de cortadores de cana ou lixeiro. Falei a eles, se eles não acreditam no próprio potencial que os cercam, não poderiam acreditar em mais nada, e que as horas lançadas nos assentos escolares, somente contribuiria para cauterizar seu fracasso, minimizar sua frustração, pois simplesmente teriam um diploma com, formação pelo 2º grau. O que não pode condizer com a realidade daquele que estuda, pois todo estudante é um desbravador, que luta pelo seu ideal.

                        Nosso País peca em não preparar o indivíduo a ser alguém, e sim algo, um número estatístico, pessoas que simplesmente estudam para cumprir uma obrigação imposta pelos pais, ou pela a lei. O Estado deveria dar mais objetividade aos alunos, preparando-os para uma vida profissional, costumo dizer que esta geração é uma geração perdida, pois não encontram caminhos a seguir, não encontram as soluções dos problemas, exceções sejam feitas, muitos seguem caminhos que não sabem porque trilham, alguns são piores ainda, pois encontram no seu reduto escolar, a marginalização para a prática de seus atos, visto que o próprio aluno não é tratado como tal, exemplo disso foi um dia em que fui dar aula em caráter eventual, substituindo um professor que tirou licença por alguns dias, ao perguntar a senhora que trabalhava na secretaria se o professor havia deixado a matéria, ela respondeu que não, que era para eu olhar os cadernos dos alunos e fazer talvez uma “revisãosinha” ou dar jogos, que, o mais importante não era o conteúdo da matéria e sim para deixa-los quietos sem bagunçar. Ora, se a própria escola que tem o papel de passar aos alunos uma cultura e educação, fazendo-os se tornar parte da peça social, não cumpre com suas obrigações como deveria, quem dirá aos próprios alunos, que por vez também não cumprirão seu papel de aluno, o tratamento dado a estes é secundário, aplicando uma metodologia primitiva, provinciana de fundos de gaveta, voltada tão somente a “burrocracia” dos números estatísticos, donde na verdade a escola publica seria feita somente para manter o emprego. Ressalvas sejam feitas novamente, pois conheço alguns profissionais da educação bem como diretores e professores que se preocupam, dedicam-se, e tentam desempenhar da melhor forma seu papel, mas não conseguem pela força do sistema instalado.

                        O Estado tem como obrigação precípua, tratar aos alunos como tal, dando todo o aval para que estes tenham o direito de cursar uma faculdade ou seguir um caminho. A pior falência deste Estado que ai esta é a omissão.

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